UM FATO: dificilmente viajo para algum lugar sem visitar um museu. Isso quando eu não invento de viajar APENAS para visitar um museu (alow Bilbao!). Por isso, minha adorada Barcelona é muito mais que festas e paella no chiringuito, é onde já me perdi muito num universo de museus interessantíssimos! E chegou a hora de ticar o último da minha lista na cidade: Fundació Joan Miró.
Criado em 1975 pelo próprio artista, o museu traça um panorama cronológico das diferente fases de sua vida e carreira através de obras icônicas. Aliás, para quem não sabe, Joan Miró foi um artista catalão cuja arte buscou transcender diferentes mídias como pintura, escultura, desenho, colagens, tecelagem e cerâmica. Influenciado por diferentes movimentos como Fauvismo, Cubismo, Dadaísmo, foi o Impressionismo Surrealista que marcou a maior parte de suas produções mais reconhecidas. Ou seja, bem moderno como gosto!
Selecionei um TOP 5 das minhas obras de arte favoritas do museu com um pouquinho de história sobre cada uma delas…
“Femme dans la nuit” foi pintada com tinta a óleo diluída sob tela em 1945, sendo uma das mais importantes da série Constelações produzidas simultaneamente durante a Segunda Guerra Mundial e a ditadura de Franco pós Guerra Civil Espanhola. Em 2018 foi arrematada num leilão por aproximadamente 22 milhões de dólares (!!!) por Kazumasa Katsuta – maior colecionador privado do artista – que empresta essa e diversas outras obras expostas no museu.
“L’or de l’atzur” foi pintada após Miró passar uma temporada no Japão durante o outono de 1966. O quadro mostra de forma sutil como a caligrafia japonesa, a filosofia Zen e o Haiku (poemas curtos) influenciaram o artista, sem que isso representasse uma significativa mudança de estilo.
“Lluna, sol i una estrella” é na realidade uma maquete criada em 1968. A municipalidade de Barcelona contratou Miró para realizar um extenso mural no aeroporto de El Prat, porém o artista foi mais longe: prometeu mais duas obras que pudessem receber todos que chegassem por ar, mar e terra. Um pavimento de cerâmica de 400m² foi instalado na Praça de la Boqueria próximo ao porto. Porém, a escultura que deveria ter 60 metro de altura instalada no Parque Cervantes – próximo da entrada da cidade pela antiga Estrada Nacional – não foi concretizada.
“L’Espoir du condamné à mort” é um tríptico em grande formato intimamente relacionado com a trajetória do militante anarquista Salvador Puig Antich. O processo de preparação das telas foi concomitante com o processo de prisão e julgamento que duraram 2 anos, resultando em sua conclusão / execução em 1974: o traço é interrompido por alguém que tem força e nenhuma misericórdia.
“Tapestry of the Fundació” é uma gigantesca tapeçaria criada com juta, algodão, lã e fibra de cânhamo por Miró em parceria com o artista textil Josep Royo. A obra foi criada especialmente para o espaço que ocupa no museu, permanecendo ali desde a sua instalação em 1979.
Um bônus é que o museu fica no alto Montjuïc, ou seja, a vista de Barcelona é algo de sensacional. Super vale combinar com um visita ao castelo de Montjuïc que fica pertinho. As melhores formas de chegar lá são de funicular, ônibus ou taxi.
Outro museu que AMO é Inhotim e já rolou post bem completo aqui no blog sobre esse lugar impressionante!
Curte visitar museus quando viaja? Quais seus favoritos? Me conta aí nos comentário ;)